Wednesday 31 December 2008

Gude Rutsche a Nei Joer*

*Boa escorregadela para o Ano Novo, em luxemburguês (não respondo pela correcção ortográfica - idioma de cão, credo!).

O país acordou solidificado em "verglas", servido on the rocks, dois dedos de gelo a tornarem qualquer excursão fora de portas uma aventura por sua conta & risco. O espelho de água em estado sólido já levou centenas às urgências de ortopedia e fará muitos acordarem engessados em 2009. Fenómeno do mafarrico, gelo mutante, transgénico: toneladas de sal e areia não derreteram o monstro. Tudo parado, com os poucos autocarros a deslizarem artistiscamente, bailarinos russos de patins. Quando finalmente cheguei ao trabalho, abraçada ao corrimão das escadas da entrada - ponha aqui o seu pezinho, devagar devarinho -, a recepcionista parecia que tinha visto um fantasma. "Tu as réussi a venir travailler?!?". Não sei para que é que me incomodei: além dela e desta vossa irmã mais velha mas nem por isso mais ajuizada só encontrei nos corredores meia dúzia de espíritos do Ano Velho.

Happy New Year, wherever you are, e cuidadinho nas ruas.

Monday 29 December 2008

A Ford Mondeo ou um Conto de Natal da Era da Globalização

Um nevoeiro denso cobria por completo as imediações da barragem de Bemposta. De máximos e faróis de nevoeiro ligados não se via mais que 5 metros à nossa frente. As águas relativamente mais quentes do rio Douro em contraste com os -7ºC do ar circundante faziam-no transpirar para fora do leito e quer do lado português quer do lado espanhol o nevoeiro ia até mais de meia altura da ladeira. Do lado esquerdo a seguir à barragem um carro da Guardia Civil da província de Zamora abrigava dois guardas de turno na noite de natal. Quando os faróis do carro iluminaram a placa que anuncia Espanha eram ainda 6h da manhã, e, por isso, estes dois guardas (sabe-se lá de onde, até podiam ser da Catalunha ou das Canárias) ainda não podiam ter recebido o aviso de alerta via rádio que seria, vou esgalhar o meu castelhano todo, mais ou menos assim: "Atención! Atención! Todos veiculos en carretera alerta a coche de matricula portuguesa marca Ford modelo Mondeo. Se ha avistado por ultima vez en mogadouro (Braganza). Se sospecha de furto o accidente. escucho!!"
Mas não, ainda eram 6h da manhã. Antes desses dois guardas ouvirem esta comunicação, provavelmente a única dessa noite, os quatro jovens (quais meninos jesuzes) a caminho de parte incerta contemplariam um nascer do Sol, temperado com um finíssimo minguante laranja, na meseta zamorana em grande velocidade a ouvir um certo som.
Como era dia de natal até as bombas de gasolina estavam fechadas e por isso, quando finalmente apareceu uma aberta foi atestar, comer e dormir durante duas horas.
Nesse entretanto 29.564 km2 do território peninsular (Distrito de Bragança e províncias de Zamora e Salamanca) ficaram em alerta à procura de 'una ford mondeo gris de matricula pórtúguêsça'. Da neve da Sanabria ao gelo dos Gredos; dos contrafortes do Alvão à Tierra de Campos; do pico do Almanzor ao vale do Douro; GNR e guardia Civil à procura. E nós a dormir à saída de Zamora...e nós a dormir à saída de Zamora...à saída de Zamora.
Acordámos pá vida quando o Guardia Civil em Bermillo nos respondeu à pergunta 'donde se toma un café?' assim:
"es una ford mondeo?"
"si"
"Pica pa CASA! Os están buscando tio! Ala!"

Tuesday 23 December 2008

O Natal às avessas

Este ano o Natal vai ser todo ao contrário.
A mais velha em Inglaterra, a mais linda em S. Mamede, o gajo em Trás-os-Montes e eu, a caçula (ou trombadinha, conforme a disposição), sozinha com a progenitura.
Como se tudo isto não bastasse, depois do jantar vou para o Campo Alegre ter com os Samaritanos e, mais que não seja, provar das nossas sobremesas natalícias.
Queria um pinheiro apanhado nos pinhais de Zava, cheio de resina, enfiado num balde de terra e meia-hora mais tarde transformado na mais bonita árvore de Natal pela linda, com a minha ajuda.
Queria o gajo a tomar conta das rabanadas com o seu humor típico, queria a mais velha a conversar à lareira enquanto fuma um cigarro, queria a progenitura a dormir a sesta ou pelo menos a não chatear, queria fazer de Pai Natal no jipinho e entregar as prendas antes de jantarmos, queria a fogueira gigante de Vilarinho, os risos com a madrinha, até a missa do galo com o gajo a cantar baixinho "já ressuscitooouuu".
Este é o Natal que tenho dentro de mim.

Monday 22 December 2008

Bro!



O que alguns 'amigos' consideram ser a minha filosofia.

Bom natal!

Beijos!

Saturday 20 December 2008

Mary Christmas



P.S. Para que conste, não é só do polvo e do bacalhau que vou ter saudades este Natal.

Thursday 18 December 2008

O sacerdote que celebrava divórcios

I think that everybody who isn't in love should be divorced. Sometimes I go down the street and when I am not in a particularly liturgical mood, blessing everything, I divorce everybody. I divorce everyone in all the houses. And I see people bursting out of the front doors and running in different directions. I feel that I really cleaned up the streets.

Leonard Cohen (aos 7'35'', with his gorgeous smile)

Wednesday 17 December 2008

O irmão não-sei-pôr-vídeos-no-blog

ensinou-me ontem a dar permissões de administração a todos os autores deste blog, o que fiz com muito gosto, que eu não tenho a mania que isto é meu nem que é um projecto não-sei-quê.
Mas confesso que fiquei triste. Sem lápis azul, mas com toda a democracia e liberdade, eu gostava de ser a Administração deste tasco. (Mandona possessiva, eu sei.)
Ainda assim, gosto destes termos. Todos iguais.
A ver se me deixam em paz com os não-sei-pôr-vídeos e os ó-Ju-compõe-a-foto-pelize-que-eu-não-sei...

Salvemos a Pipas!


H.: eu queria a Pipas... mas elas são umas brutas insensiveis
moi: eu podia dar-te a Pipas de prenda de natal. Quanto custa?
H.: para isso tinhas de me dar uma casa. a mae diz que enquanto for viva nao quer a pipas
moi: isso eh que ja eh capaz de ficar fora do meu orcamento
H.: ve la o que podes fazer, lembra-te da pipas

(adaptado do Gchat)

Acho que não consigo gostar de Fiona Apple



mas aprovo natais Tim Burton, quanto mais Tim Burton melhor.

P.S. A Fiona por acaso também "cometeu" uma versão desta música. Why the hell did she bother? You can't beat gloomy perfection.

Tuesday 16 December 2008

Visto a camisola cinzenta

que me deu a Tia Inês. Não, a mana da roupa! Assim é que é.
Escolho o cachecol cor-de-rosa, o mais significativo da colecção, por ter sido o primeiro que comprei com esse propósito.
Era 1998 e eu ia estudar para Vila Real.
Avisei logo a minha Mãe que nesse ano não ia cortar o cabelo, não porque ela mandasse no meu cabelo (lá em casa sempre foi mais "cada um sabe de si, e o Pai tem a mania que sabe de todos"), mas para que não andasse sempre a perguntar quando é que eu cortava o cabelo.
Cabelo e cachecóis, eram as minhas armas contra o frio de Vila Real.
E casacos compridos, que de cada vez que usava o blusão verde de forro de pêlo (lembras-te, Pi?) gelava o rabinho até à UTAD.
Lembro-me de nesse ano também vestir imenso uma camisola cinzenta com o cachecol cor-de-rosa, embora já não saiba que camisola era essa.
Tenho sempre saudades quando me lembro desse ano, o frio nas manhãs das aulas práticas de Física às 8h, o caminho gelado (e eu com medo de escorregar e cair da ponte do comboio), o atalho que me deixou na melhor forma da minha vida, o Inverno de noites azuis-negras e a Fiona.
E o Natal mais Tim Burton de que me lembro, nesse reino longínquo e frio, todo ele azul-negro como esta música.

Saturday 13 December 2008

Uszatek*

Ainda me lembro...Utrecht, Janskerkhof 21 bis. Habitação 2.7. 5 metros quadrados de puro amor. E lá também vivia o ursinho dela, que eu também beijava quando lhe desejava as boas noites, antes que ele adormecesse, para não ver certas coisas que não eram certamente ajustadas para a sua tenra e fofa idade.

Às vezes também surgia a conversa, unificante e reencontrada de dois seres que cresceram e viveram do lado oposto da cortina de ferro. Os poucos elos de contacto eram celebrados com emoção e as juntas que uniam o que aparentavam ser duas almas gémeas saíam ainda mais reforçadas.

esta foi das mais enternecedoras.


*orelhinhas

Thursday 11 December 2008

Das cidades a brincar

Acho que sou uma campónia. No melhor e no pior sentido do termo, como queiram.
A cidade continua a causar-me espanto e confusão.
Os carros a meio da noite, as ambulâncias com as sirenes ligadas, a polícia em marcha de urgência.
O alcatrão a fazer uma cidade de brincar como aquela que tínhamos quando éramos pequenos, com passeios e curvas e mini-postes de luz.
Esta sensação intensifica-se quando, como ontem à noite, apanho obras nas ruas, o trânsito cortado (e eu sem saber muito bem o que fazer à minha vida porque já não conheço o Porto e confio, desde há mais ou menos um ano, nos caminhos sempre iguais que consegui entretanto aprender) e aquela máquina engraçada de rolo à frente e rolo atrás a nivelar o tapete de alcatrão acabadinho de assentar na faixa ao lado da minha.
Bote-me cá uma pra fazer os meus crepes!

Tuesday 9 December 2008

Pale Blue Dot

Eu adoro o Carl Sagan. O anfitrião do Universo para um miúdo de 6 anos que comia torradas à lareira de Vila d'Ala.

Mudou a minha mente.

Monday 8 December 2008

Ficção científica para crianças (versão casta)

Desafio-vos a ouvir isto sem um arrepio na espinha (não cantem vitória antes de chegar aos lá-lá-lás).



Um quarto de século depois (a série estreou na RTP em 1984), as palavras Andrómeda e Cassiopeia mantêm o mesmo poder evocativo de quando tinha 11 anos e achava que não morreria sem viajar no espaço. Talvez o cantor* tivesse razão: "é estenderes o braço e tu estás no espaço"... Pois, mas o que eu queria mesmo era andar de nave espacial e conhecer os planetas da Confederação Galáctica!

* Aturadas pesquisas na internet permitem-me dizer-vos que há dúvidas sobre se o cantor era o Paulo de Carvalho. A maioria das fontes consultadas assegura tratar-se de um tal de Pedro Malagueta, cantor agora a viver nos Açores, celebrizado pelos anúncios da Gilette ("Gilette, o melhor para o homem!") e pelos anúncios do Cornetto.

Telegrama: Irmãos,

Reino continua Maravilhoso stop Família bem, lume quentinho, belas comidas stop
Algumas histórias e cantilenas extraídas à Madrinha, devidamente anotadas em papel ou telemóvel stop
Regresso segunda com novidades e histórias completas stop

Friday 5 December 2008

O meu primeiro filme erótico



foi o Flash Gordon, série de animação que a RTP passava aos sábados de manhã, em 1982 ou 1983, teria eu nove ou 10 anos. Lutar contra o impiedoso Ming e salvar a Terra era a desculpa para o herói se passear num fato justo de licra vermelha e para a vilã (a princesa Aura, filha do Ming) aparecer só em cuecas e top decotado. Confesso que me estava a marimbar para a trama, e se já houvesse Tivo nessa altura, teria feito fast forward para as cenas em que a Aura se fazia ao Flash e ele, irritado, a agarrava firmemente pelo braço nu, sublimando o desejo em raiva. Não tinha grande paciência para o casalinho romântico Flash Gordon-Dale Arden, e torcia para que ele se rendesse aos avanços da sexy Aura. O desejo contrariado era aliás um dos leit-motivs da série, povoada de raptos, chicotes, sugestões subliminares de zoofilia (ah, o sensualíssimo homem-leão!) e outras cenas vagamente sado-masoch.

Recordo com vívida emoção erótica o episódio em que o Ming tentava casar à força com a namorada do Flash, em estado de choque no meio do harém de odaliscas alienígenas do imperador. Traziam-lha grogue e semi-despida em tules evocativos das mil e uma noites, ladeada por dois matacões que a seguravam - firmemente, pois claro - por cada braço (estou convencida que esta cena da mão masculina a agarrar à bruta braços femininos era código para rough sex). Eu torcia para que o Ming se deixasse de discursos e consumasse rapidamente a coisa, com o desejo aceso por grandes planos da cara do tirano quase a beijar a inocente - o que deixaria o caminho livre para a Aura e o Flash terem muitos climaxezinhos e serem carnalmente felizes até que a morte do desejo os separasse. E aqui se vê como se viola a mais pura e inocente aspiração de uma criança: o Flash Gordon evitou o casamento in extremis, rematando a proeza com um sensaborão beijo na boca da amada. Bloody do-gooder!

[À laia de TV Guia e para vos poupar tempo: o tormento da namorada do Flash às mãos do Ming começa no episódio lá acima, demonstração exemplar do erotismo latente da série (chamo a vossa atenção para as repetidas cenas de braços agarrados firmemente - aham!). A história prossegue na parte 1, 2 e 3 do episódio seguinte (segundo a numeração do TuTubo), mas aviso já que o 1 é um anti-climax sem uma única sugestão erótica, e não perdem o fio à meada se saltarem directamente para os seguintes. Na segunda parte também não perdem nada em fazer fast forward até aos 5'37'', que é onde realmente começa a acção (wink, wink): as bodas do Ming arrancam aos 7'22'', give or take, e prosseguem no terceiro e último capítulo.]

Atestado Médico

Eu, fulaninha de tal, licenciada em não-sei-quê mas não era Medicina, venho por este meio atestar que Ibidem da Conceição Antunes de Sá padece de uma doença contagiosa que pode pôr em risco a sua vida e a dos outros, nomeadamente de colegas de trabalho.

Esta doença é conhecida por Juzite e caracteriza-se pela extrema dependência de todas as Ju's que rodeiam o paciente. Conversas intermináveis no GChat são um dos sintomas principais, bem como uma alarmante incapacidade de postar em blogs sem o apoio administrativo das Ju's da vida.

Assim, recomenda-se repouso absoluto, de preferência longe de computadores e de ligações à internet, que a Ju vai-se fartando. Para a Ibidem da Conceição Antunes de Sá, recomendo férias a começar agora e a acabar apenas após o Natal. Fim-de-ano, bá!

Sou eu que o digo!

Assinado:

Dra Ju, ali do tasco

[Funcionou, Doutora Ju, funcionou, embora só por uma semanita. Lá lhe mandarei o peruzinho no Natal. Bem haja!]

A prova

de que este homem é divino.

Thursday 4 December 2008

Divine

Correndo o risco de ser acusada de coisas esquisitas na cabeça por gostar tanto desta música
ou de começar para aí trends de votações sobre músicas, tenho de dizer isto.
O Freddy era genial, mas com o Bowie,
com o Bowie é simply divine.
Talvez explique porque tenho acordado todos os dias a trautear músicas dos Queen. Ou não.


Com papel químico.

Foi você que pediu um debate num blogue de grande audiência sobre as "break up songs"?

Na blogosfera, as ideias espalham-se como vírus. O Cachimbo de Magritte iniciou as hostilidades, a peleja continuou no Entre Deus e o Diabo, mas foi o jugular que declarou guerra aberta para escolher as melhores "songs of love and hate". Por lá passaram todúdia de ontem a arremessar com vídeos e comentários, provando que o tema das canções de amor & seus derivados, as canções de separação, apaixona como poucos.

Coincidência curiosa é a questão ter surgido exactamente uma semana depois de nós aqui no Diabo a Quatro termos feito um referendo para eleger a melhor "break up song" de sempre, inspirados no blogue a solo da nossa Joaninha. O que prova que a Ju & seu Isto é de Joana estão, blogosfericamente falando, muito à frente do seu tempo (muito, quer dizer: exactamente uma semana). Blogue denso & quasi-secreto, pois, mas vanguardista. Como aliás eu sempre disse...

Pronto, agora vou colar aqui o Unravel da Björk porque me apetece e porque todos os pretextos servem para ouvir esta "love / break up song". E também porque os versos me dispensam de postar o Speak of the Devil de hoje, combinando os dois assim numa espécie de pague 1, leve 2. Reparem na letra e verão que sim, também se fala no diabo:

While you are away
My loves comes undone
Slowly unravels
In a ball of yarn
Devil collects it [Aham!] with a grin
Our love in a ball of yarn
He'll never return it
So when you come back
We'll have to make new love

Tuesday 2 December 2008

Ceci n'est pas un post

Meteorologia: 1, Joana: 0

Pois é, fica o dito e o redito por não dito... Ai, não era isto!
Era: buááááááá!!!! A neve é feia e pôs-se a cair como uma ranhosa e eu não fui a Trás-os-Montes e não vi os primos, nem os tios, nem o avô e a avó, nem comi comidinha boa, nem nada nada nada...
Fiquei por cá e tive um fim-de-semana diferente, também bom, mas nada que se compare a ir lá e respirar melhor e limpar e vir cheiinha de ares novos nesta cabeça de vento.
Em compensação, ajudei a passar a tarde/noite melhor à porta do Pingo Doce e não há nada nem ninguém que me possa dar mais do que isso.
É engraçado como ajudar os outros é um acto tão egoísta, tão auto-centrado: faz-nos bem a nós.
E sim, gozem comigo, porque ao entrar no Banco Alimentar no sábado de manhã fiquei emocionada ao ver aquelas pessoas todas a separar produtos e a música a tocar e os voluntários todos a carregar boxes, a pesá-las, a levá-las para se esvaziarem.
Comida para a vida. Food for soul, também.

Gostava de ser o vento...*




*post a ser escrito, brevemente disponível

Monday 1 December 2008

Speak of the devil



Saber viver é vender a alma ao diabo,
a um diabo humanal, sem qualquer transcendência,
a um diabo que não espreita a alma, mas o furo,
a um satanazim que se dá por contente
de te levar a ti, de escarnecer de mim...

Alexandre O´Neill, excerto de "Saber viver é vender a alma ao diabo" (leitura integral altamente recomendada - disponível, por exemplo, aqui)

(Caricatura de Vasco Gargalo)

Porque hoje é hoje

Acusada por muitos/as de não escrever amíude, quase nunca postar ou comentar no blogue recentemente criado, mas já cheio de filhinhos, aqui estou eu a redimir-me.
O que eles/as não sabem é que se eu começo a postar muito por aqui, o blogue vai ser devassado de tanto/a cibernauta ávido de curiosidade com as minhas bloguices. Ah, pois é! E vocês queriam manter isto a modos que private, não era?! Do tipo, Ó H. conta lá uma piada para nós as três nos rirmos. Ou, Ó P. cala-te um bocadinho e deixa os/as outros/as postar. Ou ainda, Ó J. deixa de armar em administradora e manda aí uns bitaites! E nós todos/as (os quatro) perdidos/as de riso, como quando eramos pequenos/as, iamos passar o fim de semana fora e levavamos a máquina de filmar. Passavamos horas a preparar piadinhas para a câmara, como se os espectadores viessem a ser outros que não nós. Bem, servia ao menos para mostrar à P. o que tinha perdido por insistir ficar em casa.
Bom, mas fico-me por aqui de revelações, que ainda não acusei ninguém de andar nu!

Diabo a quê?

Aqui há atrasado, como se diz no Porto, o irmão sugeriu que tornássemos este blogue privado, só acessível aos da casa e a uns poucos amigos de confiança. "Estamos a revelar demasiado", avisava ele - tradução para "és uma desbocada: tinhas de revelar ao mundo que a Joana andou semi-nua pelo quintal até aos dois anos?!". A Administração, com o bom-senso de quem gere há anos um blogue super interessante mas demasiado denso para o comum dos internautas, pôs água na fervura do condomínio. "O H. que se deixe de vaidade. Quem é que ele pensa que vai ler aquilo??"

Palavras premonitórias: tirando a Administração, que se sente co-responsável por me ter metido neste negócio, é preciso andar atrás dos outros dois para escreverem no blogue ou lerem os posts - "Sim, já sei que tiveste um desgosto amoroso/perdeste o emprego/estás preocupado com a crise financeira, mas já FOSTE HOJE AO DIABO A QUATRO?!"

Mas pronto, a gente achava que teria sempre uns quantos leitores transviados à procura de DEVIL WORSHIPPERS HAVING SEX. Ou NAKED LITTLE GIRLS (vide acima). Ou DEVIL WORSHIPPERS HAVING SEX WITH NAKED LITTLE... Ok, ok, estão a ver a ideia.
Hèlas - uma semana depois do post sobre a questão fracturante para acabar com todas as questões fracturantes, o cenário é claro. O referendo sobre a melhor "break up song" teve quatro, repito, quatro votos (é fazer as contas). Ou a participação cívica anda pelas ruas da amargura, ou podemos começar a publicar posts com os nossos números de telefone e os PINs dos cartões de crédito...

Resultados da consulta (im)popular: empate técnico entre quatro dos dez candidatos ao título da melhor canção de separação, com um voto cada (25% do total). Receberam a preferência dos (e)leitores:

- Trocando em miúdos, Chico Buarque (categoria "passa pra cá os CDs")
- Five years, David Bowie (categoria "break up high on coke")
- You oughta know, Alanis Morrissette (categoria "Atracção Fatal")
- Sound of Music / Música no Coração (categoria "Ahn? Era pra ver se estavam atentos").

Os participantes podem levantar os prémios na recepção do Diabo-a-4, durante as horas de expediente.