Wednesday 25 February 2009

Pague um, leve dois



Para a administração deste tasco: entra com os dois pés direitos!

Friday 20 February 2009

Havemos de ir a Viana

Vocês não sei, mas eu vou hoje. Para a melhor das companhias (top5, pronto, não fiquem ciumentos), que já me disse que vou ficar ao lado dela no jantar e também "Vê como é que te portas hoje", cheia de medo que a prima dois anos e sete meses mais velha a envergonhe à frente dos amigos.
Eu porto-me como a tua prima fada-do-lar ajuizada, don't worry, disse-lhe.
Depende de ser ou não a designated driver, já que ela é a birthday girl, digo-vos.

Thursday 19 February 2009

Erros que nos condenam ao Gulag

Acordo e espreito o dia depois de uma noite de vendavais e bategadas barulhentas, os lobos frontais que destrinçam entre os vários idiomas ainda cheios de ramelas. "Well, at least the tempest has stopped", anuncio. "Did you say 'the tempest'?... The 'tempest'?! I don't think anyone has said 'the tempest' since Shakespeare!".

Another mistake and it's straight to the Gulag.

Tuesday 17 February 2009

Now you see me, now you don't

moi: olá
(estou invisível)
vês-me? ;-)
(...)
H: [H. is away]

moi: Oi
estou invisível
vês-me?
(...)
Mariamadalenarrependida: [away]

moi
: Ju! Estou invisível!
Ju: I! Que bom ver-te!

Saturday 14 February 2009

It's that time of the year again

Fujam das mesinhas a dois, envenenem chocolates, maldigam os homens/mulheres/e garotos, saiam em bando com amigos & amigas, riam-se muito alto dos casalinhos imbecis, apontem para as mesas duplas no Pizza Hut como se estivessem no Zoológico ("Olha aqueles dois, que cómicos!", "Aquilo é um par de Teenagerus Amorosus?"), decapitem ramos de flores, desenhem corações putrefactos, mas não deixem de ouvir o homem mais bonito do mundo (ou a mulher mais bonita do mundo, porque gostos não se discutem e isto não é, embora às vezes pareça, um gineceu).

Thursday 12 February 2009

Ainda não tinha três anos

e viu morrer-lhe a família toda na mesma semana. Foram a enterrar no mesmo cortejo.
O primeiro a ficar doente, com a gripe pneumónica que vitimou quase 30 pessoas na aldeia, foi o único que sobreviveu. Quando as pessoas entraram em casa para ver a mãe morta, o pai, já quase a ir-se também, pedia a todos que não lhe pisassem o bebé, que estava atrás da porta. Era o meu avô.
A mãe, mais a bebé de 6 meses que trazia na barriga, o irmão mais velho, Luís, e depois o pai, morreram. Só morriam os novos - os meus bisavós teriam pouco mais de 20 anos.
A imagem mais dura de toda a história era contada por uma vizinha da família, a Tia Prazeres, que se lembra dele à esquina da casa a chorar depois do enterro.
Ficou com uma tia que vivia numa aldeia vizinha e viu os bens a serem-lhe tirados, um a um, colchas de linho, fios de ouro, terras, animais, pelo tutores.
Pouco depois de fazer 10 anos chamaram-no para trabalhar noutra aldeia, a alguns 10km de onde vivia numa casa cheia de gente e de fome, mas com tanto amor que, passados poucos dias, ele fugiu com as saudades. Voltou para o patrão sob uma condição: um saco de trigo para a tia poder fazer pão para os filhos.
Toda a minha vida o conheci de poucas mas acertadas palavras. Ao contrário do que seria de esperar, foi sempre bem-disposto e piadético. Acho que as gargalhadas ainda sabem melhor assim, quase roubadas, a graça inesperada.
Quero lembrar-me sempre dele assim ou, pelo menos, acabado de se queixar de uma dor na perna, quando estava internado, a dizer-me "Estou capaz de dar uma corrida".

O irmão-que-devia-ter-sido-meteorologista-devia-mesmo-ter-sido-meteorologista

Está SOL!

Wednesday 11 February 2009

Here comes the sun

Depois de neve, frio, chuva & rajadas de 90 km/h, tudo no mesmo dia, e de semanas de tempo neurasténico, irmão-eu-devia-ter-ido-para-meteorologista garante que as coisas vão mudar:

H.: como é
ja chegou o sol ou ainda nao?
moi: não
mas parou de chover
já não é mau
H: exacto
amanha sol
eu devia era ser meteorologista
http://www.metoffice.gov.uk/weather/europe/surface_pressure.html
ve o que se está a passar
o luxemburgo esta a meio caminho de uma alta e de uma baixa pressao
a mover-se na direcção Este
ou seja, o anticiclone passa amanha :-)
moi: e isso é bom para nós, o anticiclone?
H.: tempo seco
e mais frio a noite
mas mais quente de dia
por causa do sol
e tb porque é ar sub tropical :-)

["Ar sub tropical": that's music to my ears...]

A ouvir

God save us from all paranoia, except Radiohead's. Amen.

Tuesday 10 February 2009

Vermelho

Ou Crimson e mais não sei quê que chamam aos outros tons.
Quereis os códigos ou está bem assim?

P.S. Já disse que não sou a Administração, para críticas ou insatisfações, faça(m) você(s) mesmo(s).

Sunday 8 February 2009

A place of love and mystery

"Um pouco de sexo e muita poesia", café & cigarros, ter esta senhora a cantar-nos a banda sonora dos dias... Não há muito mais na vida - e chega.

A Hora do Diabo

No light, but rather darkness visible.
Mas essas chamas lançam, não luz,
mas sim treva visível.


Epígrafe em "A Hora do Diabo", Fernando Pessoa (tradução de um verso de Milton em Paradise Lost, descrevendo o Inferno)

Friday 6 February 2009

Borges e nós



Sabia que Jorge Luis Borges era descendente de portugueses (é ele próprio quem o conta no poema "Os Borges": Nada ou pouco sei dos meus ancestrais / Portugueses, os Borges: vaga gente / Que na minha carne, obscuramente / Prossegue seus hábitos, temores e rituais). Não sabia que era descendente de transmontanos, ao que parece de Torre de Moncorvo, de onde seria o seu bisavô Francisco Borges.

Não tenho grande paciência para vagos ascendentes portugueses de gente célebre: a coisa parece-me um bocado provinciana. Começa-se por saber que John Dos Passos descendia de madeirenses e o prémio Nobel da Medicina 2006 de açorianos, e quando damos por ela estamos em pulgas por o próximo inquilino da Casa Branca ser um cão de água português. Depois, alguns supostos luso-descendentes dão mau nome a Portugal: a performance do Keanu Reeves é suficientemente "cringing" para ainda lhe juntarmos o embaraço de se tratar de um quase compatriota a fazer aquela figura, e com toda a gente a ver. A mãe, Rose Miguel, tinha ao que parece ascendência portuguesa, mas que culpa tem a senhora? E não me venham cá com o Neo, o Matrix é absolutamente overrated.

Enfim, revenons à nos oignons e às origens transmontanas de Borges. Se falo nisso não é para elevar Trás-os-Montes por causa do ilustre descendente, nem para reforçar a minha afinidade com o escritor argentino, que já me é suficientemente querido sem sacar de primos distantes nem genealogias bacocas. Não é pois para procurar quaisquer laços de Borges com os nossos próprios ascendentes, nem para reforçar o turismo no nordeste transmontano, que falo nas origens do argentino. Não: a verdade é que não sei porque falo nisso.

Adenda: como o layout deste blogue continua a não deixar ver os links nos posts, apesar de eles estarem lá, aqui fica um artigo que explora as origens transmontanas de Borges: cliquem -------> aqui <-------, não tem nada que enganar.

Anda, olha ito!

No Panda está a dar um vídeo foleiro de uma loura desenxabida e dois bebés gordos a cantar o "Joana Come a Papa" com voz de putos. Ele chama-me para ver, todo contente porque reconhece a música que eu às vezes lhe canto.
Eta é tu, ete sou eu, diz enquanto aponta a loura desenxabida e um dos bebés gordos. Eu não sei além do 4, 5, 6 era uma história de reis e uma colher de papa, mas aquele 16, 17 mais uma pinga no babete não me convenceu.

Monday 2 February 2009

Queridos manos,

Não fosse o voo marcado (e se calhar o "cagam-se as calças", que não levei pára-quedas) e tinha-me deixado ficar entre as baguettes e as rues que parecem de brincar lá na França. Rumava talvez a uma certa cidade que eu cá sei na Île de France, mas ficava entre franciús e ficava bem.
O irmão vai decerto chamar-me desnaturada, como aquela vez que confessei sonhar ser hospedeira, quando ainda não se chamavam assistentes de bordo, e me perguntou, na cozinha da Aval de Cima, "e a família?!". A família? Je m'en fous, mon frère.
Paris, j'arrive!
Saúdinha!