Friday, 19 June 2009
So long, car
Vendi o Golf. Perdão, o Golfinho. Por um preço simbólico sem qualquer relação com o valor deste belo exemplar de tecnologia alemã, claro. O pobre tinha 14 anos (o que, em anos de gente, dá 98 anos bem medidos), várias viagens Portugal-Lux no lombo, uma porrada de noites ao relento no clima extremo do paízinho que tão bem me acolhe e sinais claros de negligência. Ia escrever um panegírico que evocasse os sítios por onde passámos, verdes eram os campos, cinzento o alcatrão, as pessoas que transportámos, as músicas que lá ouvimos, o muito que lá fumámos e rimos e chorámos, enfim, os altos & baixos da nossa relação carro-pessoa, mas lembrei-me que o irmão, em metendo as sisters, não gosta de cenas pornográficas. Pena. Garantiram-me que o vão tratar bem e vendê-lo a uma família que o estime. Ontem, quando o deixei, nem olhei para trás, envergonhada de o abandonar assim às mãos de estranhos, mas ia jurar que os faróis estavam turvos, como que marejados de condensação.
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